sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O parto do Davi

Hoje faz 46 dias que Davi nasceu. Farei uma retrospectiva com os acontecimentos do nascimento até o dia de hoje.

Vamos lá!

31/11/2011

Dr. Érico decidiu que chegaríamos nas 39 semanas e um pouquinho para o Davi nascer. Por isso, não fez o parto dia 27 como estava previsto. Tudo bem, Davi superbonzinho na minha barriga aguentaria fácil até o dia 3/11/2011 como havíamos marcado a cesárea, às 20h.

Se a gente não contasse com um imprevisto, lógico.

Acordei no dia 31/11 muito disposta, uma segunda-feira tranquila, tranquila... A manicure veio, fez minha unha, meu cabelo, meu pé como de costume, todas as segundas-feiras. Foi embora me desejando um bom parto dia 3.

A babá brincava com a Duda de massinha e barbies no chão, quando vovó, sim vovó..... que está hospedada conosco desde sua queda e cirurgia de femur, começou a passar mal. Delirando de todas as formas, vovó dizia " Se não der, vou de táxi" ... e outras coisas do tipo " Cuidado, a varanda está sangrando" ou ainda " Com esses números da loteria, estou concorrendo a um pegeout"..... Oi??????

Peguei o termômetro e vovó tinha 38,9 de febre. Bateu um desespero porque estava eu ali com a babá e a Duda apenas. Minha mãe foi acompanhar a vovó postiça de Duda numa micro cirurgia.
Bom, minha mãe ligou da rua pra avisar que estava chegando e eu passei o relatório de vovó e seus delírios. Quando mamãe chegou, decidimos levá-la ao hospital. Nesse meio tempo meu pai já estava a caminho pra levá-la. Mas, como vovó triplicou de delírios, resolvemos chamar a ambulância, que graças a Deus chegou rapidinho.

Vovó foi então pro hospital. Mamãe e papai foram com ela. Ficamos Duda, a babá e eu.
Papai de repente apareceu e foi tomar um banho. Eu sentei um pouco no sofá da sala pra dar uma relaxada. No relógio já marcava 17h50. Horário da babá ir.
Foi então que me senti um pouco molhada. Passei a mão na calça de leve e comentei alto “affff acho que de nervoso fiz xixi na calça, rs”.
Corri pro banheiro. E o que era xixi, virou um maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar de xixi. Voltei e falei pra babá “Minha bolsa rompeu”.
Nesse momento, meu pai estava tomando um banho. Eu não me apavorei, pois já tinha lido que, quando a bolsa rompe leva-se de 2 a 3 horas para entrar em trabalho de parto. Liguei, primeiramente pro meu marido, já que ele não chegou pro parto da Duda, poderia agora participar do nascimento do Davi. Liguei pro meu médico, que já me deu as coordenadas e liguei pra mamys que estava no hospital com vovó e que quase teve um treco quando disparei a notícia.
Quando o meu pai saiu do banho, comentei da bolsa, e ele entrou no maior desespero. “E agora, o que a gente faz?” Ué..... respondi, você pega as malas e vamos pro hospital. A equipe já está me esperando.

Falei pra babá que no caminho ligaria pra minha irmã e meus primos sobre a disponibilidade de algum deles virem ficar com a Duda.

Feito. Minha irmã e minha prima correram pra casa e ficaram com a Duda.
Cheguei no hospital toda molhada. Todo mundo olhando pra mim e eu toooooooooooooooooooda toooooooooooooooooooooooooda tooooooooooooooooooooooooda molhada. Fui examinada, e já encaminhada pros preparos do parto. Recebi visitas antes do parto. Os dindos do Davi foram lá me desejar boa sorte. O Ri chegou e foi fazer minha internação. Às 20h, comecei a ter contrações. Nessa altura eu já estava tomando a medicação anti-hemorrágica pra não correr o mesmo risco do parto da Duda.
Como as contrações começaram a ficar mais fortes, liguei pro meu médico, que já me aguardava no centro cirúrgico.
E assim foi. Mamys deixou vovó por um tempinho sozinha e veio ficar comigo até eu subir.
Às 20:56 ouvi aquele chorinho. Uma emoção sem tamanho. Até parecia a primeira vez. Impressionante como o sentimento vem completo. A leoa que existe dentro de nós, mães, vem à tona, aquela vontade de abraçar, beijar, pegar logo a cria no colo....... e então, Davi veio pros meus braços, foi filmado, fez pose, e parou de chorar por um segundo. Ri e eu nos olhamos e, com o olhar, agradecemos um ao outro por mais essa bênção, pelo bom parto que tive, e por Davi ter nascido muito bem. Foram quase 40 semanas, uma gestação muito boa, muito feliz e muito especial e diferente de tudo o que passei na anterior.
Davi nasceu com 2,580kg e 46cm. Miudinho, e apaixonante. Pronto para aprender a viver conosco e nós, prontos para aprendermos com ele.





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A chegada no quarto

Davi chegou no quarto somente às 3h da manhã. Nem preciso dizer que não dormimos até ele chegar. Veio faminto, rs! Impressionante o instinto. Agarrou de um jeito louco pra não desgrudar mais. E eu que não pude curtir esse momento com a Duda, tenho curtido cada minuto de mamada comigo.
As noites na maternidade foram tranqüilas. Tivemos 2 momentos de chororê profundo dele. As enfermeiras falaram que bebezinhos não têm cólicas, só quando passam a comer comidinhas. Mas eu não acredito. Acho que se estou amamentando exclusivamente no peito, o bebê como o que eu como. Logo, tem coisas que como que podem sim dar cólicas no meu bebê. Porque se ele mama muito bem, está com a fralda limpa, não tem por que chorar e se ele chora, e eu coloco uma bolsinha de água quente entre as nossas barrigas e ele para..... é porque algo o incomoda. E eu confio mais na minha intuição de mãe no que na experiência de uma enfermeira que nem mãe é.
Ri e eu passamos a primeira noite bem eufóricos, falando do nosso Davi e aproveitando para paparicá-lo todo instante. Ansiosos também pelo dia seguinte pra vermos a Duda e também sua reação com o irmãozinho. E assim, não dormimos nada e ficamos como dois babões esperando as horas passarem.





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Dia 01/11/11
A descoberta do novo

Filmamos a chegada de nossa princesa. E embora meu coração continuasse apertadinho porque é muito difícil pra uma mãe ver seu filhote sofrer, e eu tinha plena noção que a cabeça de Duda daria um nó dali pra frente, tinha certeza também de que Duda receberia muito bem e com muito amor seu irmãozinho Davi.



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Dia 03/11/11
Esperamos a alta nesse dia. Meu médico passou cedinho no quarto e me liberou logo. Já Davi, acreditem, não foi liberado por uma médica que estava no plantão bem nesse dia.
Explico: no parto da Duda tive hemorragia, fiz transfusão de sangue, quase morri... foi aquele auê. Devido a isso, quando apareci grávida pela segunda vez, meu médico junto com o hematologista iniciaram um tratamento preventivo pra que o meu parto ocorresse tudo bem, sem sustos e sem riscos. Tanto que tive que tomar uma medicação 1 hora antes do parto do Davi. Pois bem, só esquecemos de um detalhe: o que essa medicação poderia afetar no bebê?
E assim que Davi nasceu, fizeram os exames tradicionais e também, por causa do meu antecedente hemorrágico, fizeram também um coagulograma nele. Mas, nenhum dos pediatras que estavam com Davi nesses primeiros dias de nascimento, me avisaram que no coagulograma dele havia muita alteração. Fiquei sabendo pela pediatra da Duda, que estava no dia 2 apenas da alteração no exame, mas ela não entrou em detalhes sobre o problema e nem que ele não teria alta por isso.
Então, como disse...... a pediatra do dia 3 simplesmente, mais metódica que todos, não liberou Davi para vir pra casa comigo e com meu marido. Vocês imaginam como ficamos naquele momento? Choramos incessantemente, pois a pior sensação que eu podia ter era essa... que nem passou pela minha cabeça. Sair do hospital acabando de dar a luz sem meu bebê nos braços. Um vazio, uma dor, uma sensação de fracasso. Nossa, se eu pudesse deletar esse dia, eu deletava. Tudo tão desnecessário. Meu Davi super saudável, sem mim e meu marido. O mundo pra gente caiu ali. E naquele momento passamos a ligar desesperadamente para a pediatra da Duda, chefe do berçário, pra explicar o que estava acontecendo e o por que dessa conduta que pegou a gente de surpresa.

Viemos pra casa, pegamos umas roupas pro Davi e voltamos em seguida para que eu pudesse amamentá-lo. Chorei da hora que entrei naquele berçário até a hora de ir embora. Minha alta foi às 9h da manhã e só arrastamos o pé de lá às 20h30. Foi a noite mais longa de nossas vidas, mais difícil, mais nervosa. Eu não dormi. Não conseguia ver ninguém na minha frente. Estava tão aérea que nem pra Duda dei atenção. Fiquei completamente cega. Só pensando e pensando no nosso Davi.


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Dia 4/11/11
Mal clareou o dia e eu liguei no berçário pra ter notícias do Davi, saber se ele seria liberado ou não. Nessa altura, Dra Claudia já tinha ligado lá, pego todas as informações sobre os exames dele e sobre o que fariam.
Dr. Wagner me atendeu e disse que ainda não tinha nada de concreto. Estava esperando o resultado de um exame colhido pela manhã.
Que angústia!
Fomos pro hospital e ficamos lá até termos uma resposta. Antes do meio dia, Dr Wagner nos chamou e disse que o Davi estava liberado pra vir pra casa. O exame deu alterado de novo, mas acompanharíamos sinais do bebê em casa e no primeiro momento levaríamos na Dra Claudia para novos exames. Foi dada a alta com uma série de observações.
O fato é que a medicação que tomei 1 hora antes do parto pode ter prejudicado o bebê e dado esse monte de alterações no coagulograma dele. Mas como Davi não apresentou nada de incomum nesse período todo no hospital, Dr Wagner falou que não tinha por que deixá-lo internado. Já que temos pediatra e a consulta seria de emergência, entraríamos com tratamento imediato, desde que necessário.
E enfim, nosso pesadelo terminou e saímos dali como dois leões agarrando sua cria.
Chegamos em casa aliviados e apresentamos nosso cantinho pra ele, nosso amado Davi.



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De lá pra cá, faço um resumo rápido de nossa rotina. Depois de passarmos na Dra Claudia, e vermos que Davi é um bezerrinho, engordou 330g desde que saiu do hospital e cresceu 3 cm, tudo certo. Vamos dar uma trégua e repetir os exames de coagulograma só mês que vem. Até lá a medicação que tomei, já saiu por completo do corpo dele, vamos ter certeza dos resultados. Vida normal.
Entramos numa rotina rápido até. As primeiras 3 noites dormi na sala com Davi e minha mãe. Não sabíamos como ele reagiria em casa, se choraria a noite, enfim...... se acordaria a Duda. Ficamos assim 3 noites. Três noites em que não dormi nada. Esse negócio de amamentar de 3 em 3 horas é bem cansativo. Davi ficava de 1 a 1 hora e meia no peito. Daí arrota, às vezes vem um cocô junto... até ele dormir mais 1 hora e quando se vê tá na hora de mamar de novo. E ele mama muuuuuuuuuuuuuuuuuito.
Na quarta noite resolvi ir pro quarto. Questão de necessidade me esticar numa cama. Para minha surpresa, a noite foi muito boa. Davi não acordou Duda e vice-versa. Consegui descansar por 5 horas.
E as noites têm sido assim: Davi e Duda dormem a noite toda, graças a Deus. A última mamada costuma ser por volta das 23h, 24h..... daí ele só acorda às 6h. Durmo bem pra caramba, me recupero pro longo dia que vem pela frente.

Davi é manhoso, gosta de um colinho. É gostoso, mas também me deixa sem tempo pra fazer outras coisas. As mamadas já não são cansativas, estou complementando o leite materno porque ele é muito, muito guloso. E já pesa 4kg em 46 dias de vida.

Duda está cada dia mais apaixonada por ele e nós também. As roupas RN já eram e ele não está mais com aquelas ruguinhas de bebê recém-nascido. Está um bebezão. Gostoso de pegar, de dar banho, de beijar e apertar. Enfim, nunca pensei que amaria tanto ter um menino. É delicioso demais. Um casal então, é um sonho.








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Duda, um capítulo a parte

Desde que Davi chegou, Duda fala que “Dadi é meu”. E ela segura no colo, beija, abraça, se preocupa quando ele chora, quando ele faz cocô e fica maravilhada com ele “mamando no peito”.
Não sei se por que é mulher e o instinto de proteção já nasce junto, mas Duda é super mega protetora dele. Davi nem bem chora e ela já escutou “ mamãe: Dadi chorando coitado. Deixa o Dadi nanar. Dadi nenezinho meu. Bonitinho.
Com isso, meu coração aliviou no quesito ciúmes. Ela me ajuda nas fraldas, no banho, nas mamadas. Simplesmente uma fofa. Uma irmãzona.
Tem lá seus minutos de ciúmes que me cortam o coração. Já bateu com um pregador no rosto dele. Foi sem querer, eu vi que foi, mas o suficiente pra ele cair no choro. Já quis mamar no meu peito também. Fica querendo meu colinho nas horas que estou com o bezerro no colo amamentando. Reluta pra dormir. Ou quer dormir na minha cama. Mas, situações que tem sido contornáveis, estressantes, mas vamos nos virando como dá.
Ricardo tem ajudado bastante. Brinca mais com ela, os dois saem para passear juntos nos finais de semana e todo mundo que vem aqui acaba paparicando mais ela que Davi, trazendo presentes e balinhas e o mimo está todo ao redor dela.
Quando dá, eu até faço ela dormir. Daí cantamos, rimos, nos abraçamos e ela fica feliz da vida. Ahhhhhhhhhhh também passei a tomar banho com ela. Nunca fui adepta disso. Sempre gostei do meu banho, que é o meu momento, e etc, mas é um jeito dela ficar mais comigo, em algo que ela tenha prazer, e a deixa muito feliz. Não tem sido sempre, porque tem horas que Davi dá um bailinho e precisa de mim, mas sempre que dá, a gente toma banho juntinho. E é uma farra.
De resto, está mais arteira do que nunca. Lógico que pra aparecer também, mas porque ela é um moleque num corpo de menina. E porque ela é o pai dela escrito.
Está numa fase mega engraçada. Junta frases, se expressa bem e é muito amorosa. Acho que o pior já passou em relação ao ciúmes de Davi. A chegada foi o mais difícil, a aceitação. Mas agora, a convivência, o dia a dia, tudo vai ficando mais natural e tudo vai ficando melhor. Tirando as artes que estão me deixando de cabelos brancos!







Resumindo tudo

Davi entrou na estatística dos 7 bilhões de terráqueos que a ONU estipulou que nasceriam até 31 de outubro dia de Halloween. E esse escorpianinho fez sua marca, às 21h desse dia, precisamente.
Merece ser capa da Veja, vcs não acham?? rs




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Demorei pra postar esse tempo todo porque é muito difícil arranjar um tempinho quando se tem uma criança levada de quase 2 anos, um recém-nascido que não desgruda de mim, um verdadeiro agarradinho e uma mudança pela frente. Sim..... agora é oficial: semana que vem estarei de casa nova, numa cidade nova, uma vida totalmente nova.

Passo aqui antes para a despedida!

Beijos

Vivi